segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Alice nº 2


A paz cotidiana via ondas longitudinais penetrava seus ossos vagarosamente, mas, por um breve instante, houve uma insatisfação quase inconsciente do menino para com a situação. Haviam sons, mas não haviam imagens, e num sobressalto ele se deparou com a ganância de sua vida.

De um táxi que recém estacionara saiu apressado um homem alto, bonito, com camisa, colete e um ar quase intemperante. Esbarraram-se, ele e o menino, e sua maleta veio aos pés do Alice. O homem juntou a maleta, pediu desculpas e seguiu seu trajeto. E Alice ficou inerte, pois a inquietude das imagens insatisfatórias acabou ali, quase no mesmo instante em que apareceu.

Junto a maleta havia caido um cartão com o nome e o endereço do tal homem, um cartão esquisitíssimo por sinal. Alice tomou-o em mãos, leu e decidiu seguir o homem.

Duas quadras e tamanha a surpresa do menino vendo tal porte entrar numa enorme lata de lixo de beco e fechar a tampa. Embora assustado, talvez até com medo de um suposto insano, a curiosidade dele era tanta que resolveu abrir a tampa do lixo e perguntar o que aquele homem tinha na cabeça.

A tampa foi aberta, mas o homem havia desaparecido.