sábado, 14 de fevereiro de 2009

Alice n° 3

Aos olhos de Alice, que as vezes se arreglavam, era um lugar tenebroso e atraente, embora as expressões vis seguissem traçando sua imagem. Tenebroso por ser sombrio, atraente pelo neon azul e vermelho que havia por toda a parte. As pessoas que estavam ali (e eram muitas) hora o repugnava, hora o seduzia. Parecia ter entrado num mundo de gigantes bêbados. Homens e mulheres, jovens que riam alto, flertavam, jogavam baralho, bilhar, faziam suas apostas e não tinham perspectiva.

Houve um choque, mas não sabia-se destinguir se isso era bom ou ruim para o menino. De uma forma ou outra, mais uma vez Alice ficou inerte em função daquele homem, e isso o atraia e instigava acada minuto um pouco mais.

Depois de alguns instantes surgiu a ideia de procurá-lo, mas antes que Alice pudesse por emprática a tal ideia, dois garotos de uma alma só o atacaram.

- "O que queres menino? É proibida a sua entrada aqui!"

Os dois falavam juntos, gesticulavam juntos, respiravam juntos. Um era reflexo do outro, como num espelho. Eram irmãos gêmeos. Os olhos de Alice se arregalaram como nunca antes, a sombrancelha parecia querer entrar por debaixo dos cabelos.

Mas respondeu, meio aflito:

- "Eu tenho um cartão e gostaria de ver este homem."

Alice mostra-lhes o cartão. Eles olham-se entre si, depois se aproximam do garoto, estão os três praticamente face a face.

Ameaçadores, eles lhe disseram:

- "Você... passe aqui!"

Cada gêmeo segurava uma das mãos de Alice e os três se foram sala a fora.